#IMAGINEBELIEBER - PARTE 64

[...]

Uma coisa que você não tinha contado para ninguém, nem mesmo para seus pais, é que tinha feito o teste para entrar na faculdade de Forks (seu sonho), e tinha passado. 

Justin pergunta:

-O que foi?

-Então… eu sei que é complicado falar agora, assim, do nada… mas eu fiz a prova para entrar na faculdade de Forks.

-... E ai?

-Eu passei.

Ele ficou em silêncio por um tempo, então você falou:

-Eu sei que você vai estudar perto de casa e tudo mais, só que é tipo, Forks! Eu quero muito mesmo ir, e você pode fazer o teste! Eu posso te ajudar e estudar e tudo mais... Eu quero muito ir, e...

-E o bebê? A gente não pode ficar longe? Você vai estar em outro estado!

-Isso não é o que importa agora, eu quero saber, se.. Você quer estudar lá?

-Quem não quer? Mas as minhas notas não são tão boas, e eu provavelmente não vou passar neste teste.

-Para de ser negativo! Eu te ajudo se quiser, eu sei como é mais ou menos...

-Não vai dar certo. Vamos falar sobre isso amanhã ta? Boa noite.

-Justin!

-Não, sério. Eu preciso pensar, não assim tão fácil... Tem muitas coisas e tudo mais, e não quero ir dormir brigado com você.

-Não precisa de briga para isso.

-A gente já está brigando.

-Aff, você não pode ser um pouco maduro sobre isso? Nem ficar feliz por eu ter passado e ter oportunidade de realizar meu sonho você ficou, obrigada.

                                                                     ***

Duas semanas tinham se passado, e a primeira semana de aula já tinha começado. Cheia de deveres, trabalhos, e com tudo isso você e o Justin ainda meio brigados não se falaram direito.

Ele tinha se mudado para um apartamento, que por sinal tinha te convidado para ir morar junto com ele, mas você não iria se mudar tão cedo para lá.

Caitlin ia dar uma festa no sábado, e você estava pensando seriamente em não ir, mas o Justin insistiu em ir com você, nem que ficasse um pouco.

                                                               ***

Sábado de noite, e você estava se preparando para a festa. Coloca um vestido, um sapato e se maqueia.

Você lava o rosto pela milésima vez, estava super nervosa. Estava ainda brigada com o Justin, e ainda teria que agüentar um monte de gente bêbada, e provavelmente ajudar a arrumar um pouco o quarto da Caitlin quando a festa tivesse acabado, como sempre, uma loucura, mas dessa vez, uma loucura bem maior.

Você ouve a campainha tocar, e abre a porta. O Justin sorriu, ele estava lindo como sempre (roupa).

-Você está linda, esse vestido ficou perfeito em você,

-É, você também, haha.

Ta, a conversa mais formal e estranha que vocês já tiveram. Ele te leva até o carro e vocês vão até a Casa da Caitlin. Ainda não estava tão cheia, só tinha alguns carros.

Vocês entram e você vai direto para o quarto da Cait, que ainda estava se arrumando. Se passa alguns minutos, e ela já estava pronta, e quando vocês finalmente desceram a casa estava um pouco mais cheia, mas não tanto.

Se passa algumas horas, a música já estava muito alta, e a festa extremamente cheia. Você estava conversando com Sam, até que o Justin fala te puxando pelo braço e te levando para fora da casa, aonde a música e o barulho eram mais baixos.

-O que está fazendo?!

-Estava te procurando na casa inteira, e o que estava fazendo com essa garrafa na mão? Não pode beber.

-Me deixa em paz. O que quer?

-Primeiro, isso. – ele pega a garrafa da sua mão e taca no chão.

-Ei! Você vai me buscar outra!

-Dá para você parar?

-O que você quer?

-Eu queria falar que eu estava pensando sobre a sua faculdade...

-Não vamos falar sobre isso agora né?

-Sim, precisamos. Eu até posso tentar entrar lá, mas e se eu não entrar? Não quero te impedir de ir para lá, mas morar lá, com o bebê, sem sua mãe, ou sem mim por perto, vai ser um pouco difícil...

-Justin. Eu não estou pensando em “levar” o bebê para lá... Eu estou fazendo isso para o seu bem, para o seu futuro, e o meu futuro.

                                        ** Você narrando **

Eu estava pensando em fazer um aborto, sim, um aborto. Daqui a pouco a barriga iria começar a crescer, e a minha vida iria virar um inferno.

Confesso que pensei em muitas outras opções, mas essa continua sendo a minha única segura saída. Eu não posso largar tudo, todos os meus sonhos, e deixar a questão do meu futuro ser brilhante, de uma vez só.

Com essa carta de Forks só me fez pensar mais ainda sobre a questão do... aborto. Eu ainda acho difícil falar sobre isso, afinal estou tirando a vida de alguém, o mais importante, a vida de alguém que é o fruto do meu amor, é a metade do meu único amor.

Mesmo que Justin me odiasse por 10 anos, ele iria me agradecer, por salvar seu futuro.

Ele ainda meio confuso, perguntou:

-Como assim?

-Eu... Eu vim pesquisando, e ainda dá tempo de... Olha, você tem que entender que não é a coisa que mais quero fazer, mas vai ser melhor para o nosso futuro, vai ser melhor para todo mundo!

-Não, não.. Você não está pensando em fazer um aborto né?! Você não pode fazer isso!

-Eu não estou pensando, eu já pensei, e vou fazer.

Ele estava sem reação, a sua expressão quebrava meu coração em pedaçinhos, e só me fazia querer cada vez mais que aquilo fosse somente um pesadelo, que estava prestes a acabar.

-... Qua-quando?

-Eu não sei ainda, mas em breve.

-Você não pode fazer isso! Pode te matar também sabia? Sabia que ele pode sentir? Você não pode matá-lo! Quer virar uma assassina? Como você teve coragem de pensar sobre isso? E pesquisar? E... Eu não acredito nisso! Não! Você não vai fazer isso!

-Justin, eu preciso fazer.

-Não precisa não! Como..? AAh!

-Eu sei que você provavelmente não me entende agora, mas você vai me entender... Mais tarde, e vai me agradecer.

-Não, não vou. Eu... Como você pode?!

-Me desculpa, mas essa é a minha última decisão sobre isso... Acredite, pensei em outras alternativas.

-Eu... Se você quer tanto matá-lo, por que não se mata junto?

-Justin!

-Eu te amo tanto, e também o amo muito, muito mesmo, mesmo sem ao menos ter visto o... E você simplesmente vai pagar alguém para matá-lo! Você não é a garota por quem me apaixonei, se você sair da minha frente ainda com essa ideia de aborto, está tudo acabado. Tudo mesmo.

-Você vai me deixar no momento mais difícil da minha vida?

-Você não é a garota que eu pensei que era, por quem eu me apaixonei, e me dediquei... Então, por favor, me fale que tudo isso é uma brincadeira, ou então saia da minha frente, e nunca, nunca mais, fale comigo.

Eu estava paralisada, com minha vista embaçada de tantas lágrimas. Ele estava segurando as lágrimas, dava para ver, mas ele estava explodindo de raiva. Sorte que não tinha ninguém do lado de fora da casa, e com o volume da música ninguém estava ouvindo a nossa briga.

-E ai, o que vai fazer?!!

-Eu.. Eu te amo.

Logo que falei isso, sai correndo. Justo hoje estava sem o meu carro, ótimo. Ta, não tinha muito o que fazer a não ser andar até chegar em casa. Até que não é um caminho tão longo.

Mas é meio assustador, no silêncio, escuro. Do que estou falando?! A minha vida não vale mais nada mesmo! Meu pai estava preso, o amor da minha vida me odeia, ou seja, é melhor eu me matar mesmo.

Bom, mesmo assim, cheguei sã e salva em casa, mas em vez de entrar em casa, deitar na minha cama e chorar até morrer, peguei as chaves do carro e comecei a dirigir, para sei la aonde, só dirigi.

A minha visão estava embaçada, mas não me importei, não tinha quase nenhum carro essa hora. Eu pego meu celular para ver que horas são, e vejo o plano de fundo, a foto do Justin, obrigada celular, ajudou muito!

Eu não conseguiria dirigir agora, parei o carro, no meio da estrada mesmo e encostei a cabeça no volante. Eu respirei fundo, peguei meu celular novamente e comecei a ver as fotos, inicialmente pensei em apagar, mas pensei novamente, e queria guardar esses momentos.

Sem querer cliquei em um vídeo. Eu estava o filmando enquanto estava dirigindo, e ele falou que me amava com aquele sorriso perfeito em seu rosto e começou a me beijar. Eu iria sentir muita falta daqueles momentos, iria sentir muita falta dele.

O pior de tudo é que nem ir atrás de mim ele foi, simplesmente me deixou ir, rua a fora, sozinha, no escuro, coisa que ele nunca iria deixar. Ele realmente terminou tudo. Ele nunca irá me perdoar, pensei que iria reagir um pouco melhor. Eu agora vou me tornar a vadia que matou o filho dele.

Pulei quando ouvi uma buzina incontrolavelmente vinda do carro atrás de mim, acelerei novamente sem ideia nenhuma de onde estava. Estava a 110Km/h, eu iria fazer o retorno. Não acho uma boa ideia ficar rondando por ai, daqui a pouco a gasolina acaba e eu estou perdida.

Fiz o retorno, e como a estrada estava praticamente vazia aumentei a velocidade o máximo que pude. Obvio que não era uma boa ideia, pois ainda estava chorando e estava tudo embaçado, mas para falar a verdade, dane-se.

Sinto um pouco de enjoo, coloco a mão em minha barriga e falo para o bebê:

-Fique tranquilo, nada irá acontecer...

Não sei se isso iria melhorar, mas fazer o que... Um cachorro, no meio da estrada, tentei frear, não queria cometer duplo homicídio! O cachorro correu um segundo antes de o carro capotar. De repente vejo um clarão, e estou ouvindo algumas vozes, meio desesperadas.


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